Fonte: Imagens Google
Corre o ano de 1996. Termino as aulas na Escola Secundária de Vila Pouca de Aguiar.
Depois de uma semana extenuante, com aulas, meto-me no Volkswagen - no "carocha" -, e lá vou eu a caminho de Coimbró, uma aldeia do concelho de Boticas, nos confins do mundo.
Depois de uma semana extenuante, com aulas, meto-me no Volkswagen - no "carocha" -, e lá vou eu a caminho de Coimbró, uma aldeia do concelho de Boticas, nos confins do mundo.
Depois de passar por Vidago, subo a Pinho, passo por Boticas, Barragem do Alto Rabagão ...
Antes de chegar à freguesia de Telhado, apercebo-me de que, numa encosta, uma senhora idosa de cajado na mão, grita: "Socorro! Socorro! Salvem-me o animal!" Encosto o carro à berma da estrada. Subo até ao local onde se encontra a senhora, e, aflita, diz-me: "Meu senhor ajude-me. Salve-me a vaca!" Vejo então um enorme animal, de patas para o ar, com os chifres espetados no lameiro lamacento, de focinho para cima, a bofar e com as narinas a espumar. Imagino uns chifres enormes, a comparar com os das outras vacas que pastam ao lado, pachorrenta e descontraidamente no mesmo lameiro, como se nada fosse com elas.
Como posso eu ajudar aquela senhora aflita a ver a sua vaca presa ao solo? Se me aproximo do animal, ainda se levanta e dá-me umas cornadas, e acabo por ficar pior do que ela. Se não faço nada, não sei o que lhe poderá acontecer!". Mas eis que tenho um ímpeto de coragem: aproximo-me; agarro os cornos do quadrúpede com ambas as mãos; puxo com a máxima força que tenho; e consigo libertar o animal daquela prisão. Ao mesmo tempo penso: " Agora só me resta fugir!". Mas não. O animal levanta-se muito a custo, cambaleia, tateia o solo, até que se põe direito e fino como os demais. Afinal eu escuso de ter receio. O animal está cansado e agradecido por ter sido salvo daquela situação tão desagradável.
Despeço-me da velhota, que me agradece por lhe ter salvo a vaca. Meto-me no "carocha" e lá vou em direcção a Coimbró buscar a Maria para mais um fim de semana em Chaves.