De vez em quando, ouve-se a palavra: “coooorta…!”. Alguém
explica: “foi o ruído de uma motorizada”, que entretanto passara lá
longe do local onde decorriam as filmagens. E, passados uns instantes, Manoel
de Oliveira repete: “aaaaaaaaação!!!!,
seguido de mais um “coooooorta!”.
Desta vez, tinha sido o revólver do Simão que se tinha negado a disparar para o
ar. Novamente: “aaaaação!” E
repete-se a cena. E eis, que ao longe, mais um ruído. Agora, proveniente de uma
aeronave. E um “cooooooorta!”, mais
uma vez. Ainda se ouvem mais uns “aaaaação!”
e uns “coooorta!”, ou por causa do
revólver que só disparara um tiro (e não dois como estava previsto) ou por mais
um barulho, por isto ou por aquilo.
E, a partir deste ver "in loco”, comecei a apreciar o cinema de outro modo e a respeitá-lo ainda
mais.