"A década de 80 do século XIX, no campo da educação, é marcada por uma especial atenção ao ensino técnico profissional. Alguns dos espíritos mais esclarecidos apontavam a falta de preparação dos trabalhadores e o deficiente ensino existente como obstáculos ao desenvolvimento das nossas indústrias.
Em 1884, o ministro das Obras Públicas António Augusto de Aguiar planeou a criação de escolas industriais e de desenho industrial em vários pontos do país, onde já existiam ou poderiam vir a existir centros de produção.
No decreto de 3 de Janeiro daquele ano, que cria na Covilhã a primeira daquelas escolas, afirma-se que "terá por fim ministrar o ensino apropriado às industriais naquela localidade, devendo. este ensino ter uma forma eminentemente prática."
Em 31 de Outubro do ano de 1889, "é criada em Chaves uma escola industrial destinada a ministrar o ensino teórico e prático apropriado às indústrias predominantemente na mesma vila." O artigo 39 deste decreto estabelece que "o ensino teórico professado na escola de que se trata, será completado com o ensino manual, para o que se estabelecerão junto da mesma escola as necessárias oficinas". Nesta escola industrial será integrada a anterior aula de Desenho Industrial (artº 4) e aí serão ensinadas as disciplinas de Aritmética e Geometria elementar, Português, Língua Francesa e Desenho industrial (artº 2).
O início do funcionamento da Escola foi atrasado pelas dificuldades em mobiliário e material didáctico só em 18 de Dezembro de 1889 abriu as suas portas aos primeiros 197 alunos, sendo 171 do sexo masculino 26 do sexo feminino.
No ano lectivo seguinte, inicia a sua actividade como Escola Industrial, mas agora apenas com 71 alunos: 63 do sexo masculino e 8 do Sexo feminino. Os professores nomeados para esta Escola eram os seguintes: João da Silva Bravo (Desenho); o suíço Gerard Von Richon (Desenho decorativo); António da Silva Bravo de Carvalho (Língua Francesa); António Vieira Ribeiro (Aritmética e Geometria elementar; - Justino José Coelho (Língua Portuguesa). O quadro complementava-se com o amanuense Joaquim José Pereira Coelho e os guardas Libório Correia Teixeira e Guilherme José de Freitas.
Por decreto de 8 de Outubro de 1891, o ministro João Franco reorganiza o ensino industrial e comercial. A Escola Industrial de Chaves é suprimida, juntamente com as de Belém, Figueira da Foz, Matosinhos e Angra do Heroísmo.
Quase trinta anos mais tarde em 1919, Júlio Martins, na qualidade de ministro do Comércio, cria pelo Decreto nº 5490 de desse ano a Escola Industrial e Aula Comercial em Chaves
A Escola Industrial e Aula Comercial iniciou a sua actividade no ano lectivo 1919-1920 em casas situadas junto ao Senhor do Calvário e na Rua Direita."
(in página da Escola Secundária Dr. Júlio Martins)