segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
domingo, 30 de dezembro de 2007
Coimbra

Da parte da manhã, visita à Casa Museu Miguel Torga. Só a vi por fora.
O horário, afixado no portão, indica que só pode ser visitada das segundas aos sábados, das 14.00 às 18.00 horas.
Fica para a próxima.

De tarde, Call Girl, de Antóno-Pedro Vasconcelos. Trata-se de um bom filme, com bons actores e com uma história muito interessante.
***

À noite, leitura de "viajar com... João de Araújo Correia", escritor nascido no dia 1 de Janeiro de 1899 em Canelas do Douro, concelho de Peso da Régua. Morre a 31 de Dezembro de 1985. Exerceu a profissão de médico, e escrevia "nas pausas do atendimento dos doentes". A Régua, o Douro e as suas gentes são o móbil da sua escrita.
sábado, 29 de dezembro de 2007
Coimbra
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Morte de Benazir Bhutto
A convivência, por vezes, é difícil, independentemente da casta a que se pertence ou da religião que se professa.
Sempre admirei as pessoas que dão a vida por convicções.
Projecto sobre a gestão das escolas
Está para consulta pública o projecto sobre a gestão das escolas.
É muito discutível a diminuição dos representantes dos professores no Conselho Geral; a impossibilidade de o presidente do Conselho Geral não poder ser professor da escola; a forte representação das autarquias, essencialmente nas escolas secundárias, onde não têm nenhumas competências ao nível de recursos físicos e humanos; a concentração de poderes no director da escola; a nomeação dos coordenadores dos departamentos por parte do director.
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
A Soma dos Dias
Missa do Galo. Costuma-se dizer que o Natal já não é o que era. A sociedade de consumo absorve grande parte dos valores a ele associado.
***
Estou a terminar "A Soma dos Dias" de Isabel Allende. É um livro de memórias dedicado "Aos membros da minha tribo, que permitiram que contasse as suas vidas". A autora conta-nos a sua relação com o marido Willie, a sua força e valentia frente às adversidades, as suas viagens e as relações com os familiares e amigos. Muito amor, muita luta, muita narrativa, muita escrita.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Dia de Consoada em Chaves
domingo, 23 de dezembro de 2007
Penedono
60
"Já num sublime e público teatro
Se assenta o Rei Inglês com toda a corte.
Estavam três e três e quatro e quatro,
Bem como a cada qual coubera em sorte;
Não são vistos do Sol, do Tejo ao Batro,
De força, esforço e de ânimo mais forte,
Outros doze sair, como os Ingleses,
No campo, contra os onze Portugueses.
61
Mastigam os cavalos, escumando,
Os áureos freios com feroz semblante;
Estava o Sol nas armas rutilando
Como em cristal ou rígido diamante;
Mas enxerga-se, num e noutro bando
Partido desigual e dissonante
Dos onze contra os doze, quando a gente
Começa a alvoroçar-se geralmente.
62
Viram todos o rosto aonde havia
A causa principal do reboliço:
Eis entra um cavaleiro, que trazia
Armas, cavalo, ao bélico serviço;
Ao Rei e às damas fala, e logo se ia
Para os onze, que este era o grão Magriço.
Abraça os companheiros, como amigos,
A quem não falta, certo nos perigos.
63
A dama, como ouviu que este era aquele
Que vinha a defender seu nome e fama,
Se alegra, e veste ali do animal de Hele,
Que a gente bruta mais que virtude ama.
Já dão sinal, e o som da tuba impele
Os belicosos ânimos, que inflama;
Picam de esporas, largam rédeas logo,
Abaixam lanças, fere a terra fogo.
64
Dos cavalos o estrépito parece
Que faz que o chão debaixo todo treme;
O coração, no peito que estremece
De quem os olha, se alvoroça e teme.
Qual do cavalo voa, que não desce;
Qual, co cavalo em terra dando, geme;
Qual vermelhas as armas faz de brancas;
Qual cos penachos do elmo açouta as ancas.
65
Algum dali tomou perpétuo sono
E fez da vida ao fim breve intervalo;
Correndo algum cavalo vai sem dono,
E noutra parte o dono sem cavalo.
Cai a soberba Inglesa de seu trono,
Que dois ou três já fora vão do valo.
Os que de espada vêm fazer batalha,
Mais acham já que arnês, escudo e malha.
66
Gastar palavras em contar extremos
De golpes feros, cruas estocadas,
É desses gastadores, que sabemos,
Maus do tempo, com fábulas sonhadas.
Basta, por fim do caso, que entendemos
Que com finezas altas e afamadas,
Com os nossos fica a palma da vitória,
E as damas vencedoras, e com glória.
67
Recolhe o Duque os doze vencedores
Nos seus paços, com festas e alegria;
Cozinheiros ocupa e caçadores,
Das damas a fermosa companhia,
Que querem dar aos seus libertadores
Banquetes mil, cada hora e cada dia,
Enquanto se detêm em Inglaterra,
Até tornar à doce e cara terra.
68
Mas dizem que, contudo, o grão Magriço,
Desejoso de ver as cousas grandes,
Lá se deixou ficar, onde um serviço
Notável à Condessa fez de Frandes;
E, como quem não era já noviço
Em todo o trance, onde tu, Marte, mandes,
Um Francês mata em campo, que o destino
Lá teve de Torcato e de Corvino"
Luís de Camões, OS LUSÍADAS, Canto VI, 60-68
Chaves - Sedielos - Ferreirim
Na ida para a aldeia, fiz um desvio para conhecer Sedielos, a escola de Sobre a Fonte e Mesão Frio. Não conhecia a parte Oeste do concelho de Peso da Régua. A paisagem com os seus vinhedos, os seus socalcos e o rio Douro continuam a deslumbrar-nos. Também é visível parte do maciço granítico da serra do Marão.
(Frustração no fim da viagem. Como a máquina digital estava avariada adquiri uma descartável - resultado: cerca de 25 fotografias péssimas).
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
A Iniciativa Novas Oportunidades
Vem isto a propósito de um artigo publicado no dia 21 de Dezembro de 2007, no Notícias de Chaves, intitulado "Somos um país do faz de conta ..."
A dado passo, o autor do artigo escreve que o actual Governo diplomou "em semanas, ou meses, milhares de cidadãos, com certificados oficiais que equiparam ao 9.º ou ao 12.º anos, titulares que a outros cidadãos exigiram muitos anos de canseiras, de sacrifícios, de encargos" e que se cometem "verdadeiros atentados «ao saber de experiência feito»".
Conforme há bons e maus jornalistas, também há boas e más Novas Oprtunidades.
Conheçam-se as árvores e as florestas, e respeite-se o trabalho e a seriedade de cada um.
NATAL
nem tão pouco de tão tolo infante
mas o natal de minha mãe é ainda o meu natal
com restos de Beira Alta
ano após ano via surgir figura nova nesse
presépio de vaca burro banda de música
ribeiro com patos farrapos de algodão muito
musgo percorrido por ovelhas e pastores
multidão de gente judaizante estremenha pela
mão de meu pai descendo de montes contando
moedas azenhas movendo água levada pela estrela
de Belém
um galo bate as asas um frade está de acordo
com a nossa circuncisão galinhas debicam milho
de mistura com um porco a que minha avó juntava
sempre um gato para dar sorte era preto
assim íamos todos naquela figuração animada
até ao dia de Reis aí estão
um de joelhos outro em pé
e o rei preto vinha sentado no
camelo. Era o mais bonito.
depois eram filhoses o acordar de prenda no
sapato tudo tão real como o abrir das lojas no dia
de feira
e eu ia ao Sanguinhal visitar a minha prima que
tinha um cavalo debaixo do quarto
subindo de vales descendo de montes
acompanhando a banda do carvalhal com ferrinhos
e roucas trompas o meu Natal é ainda o Natal de
minha mãe com uns restos de canela e Beira Alta.
João Miguel Fernandes Jorge, Actus Tragicus
Lisboa, Editorial Presença, 1979
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Eurocidade Chaves-Verín
Apresentação do projecto Eurocidade Chaves-Verín.
Segundo as autoridades presentes, trata-se de uma ideia, de uma cooperação de vizinhança, de um programa transfronteiriço com possibilidade de candidatura a fundos comunitários.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Marcel Proust
Escreveu Proust: “quando, todavia, um ser é mal constituído (e, na natureza, tal ser é sem dúvida o homem) que não possa amar sem sofrer, e só na dor aprenda a verdade, torna-se-lhe fatigante a vida. Os anos felizes são anos perdidos, espera-se um desgosto para trabalhar. A ideia de sofrimento prévio associa-se à do labor, teme-se toda a obra nova, pensando nas agruras que será mister suportar antes de concebe-la. E como se compreende que o sofrimento é ainda o que de melhor se encontra na vida, chega-se a pensar sem medo, quase como numa libertação, na morte”.
O Passado e o Futuro
Porque será que ando sempre a olhar para o passado?
sábado, 8 de dezembro de 2007
O fracasso do ensino profissional
O que me surpreendeu foi o autor da carta dizer que "de perto de 500 «mails», chamadas telefónicas e mensagens de telemóvel" que recebeu, ficou com a informação de que esta situação é geral.
Será mesmo? Ou serão casos isolados?
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Leituras
Hoje, leio no Público uma reportagem sobre o assassinato do médico António Ferreira Soares, "O médico dos pobres, como era tratado por não cobrar pela consulta e dar dinheiro para os medicamentos", que sucumbiu às mãos da PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado) na manhã de 4 de Julho de 1942.
domingo, 2 de dezembro de 2007
Memórias de Natal
Vem esta citação a propósito das nossas memórias. Memória significa reproduzir ideias e imagens; recordar, lembrar. E, quando recordamos o Natal, fazemos uma introspecção, procuramos partículas do nosso passado, pequenas peças que fazem parte de um puzzle, que justificam a nossa passagem por este mundo, como refere a autora do romance Paula.
As imagens, nesta quadra, reproduzem-se em catadupa; aos solavancos; em espiral; umas vezes ordenadas, outras vezes desordenadas; umas vezes nostálgicas, outras vezes alegres e felizes; umas vezes claras e lúcidas, outras vezes opacas e obscuras.
Na aldeia onde fui nado e baptizado e me criei são e escorreito - parafraseando Aquilino Ribeiro - aconteceram muitas vivências, que recordo sempre com muito agrado: o acreditar no Pai Natal; as nozes e os confeites (às vezes eram uns escudos) que ia procurar de madrugada à bota que deixava na chaminé, e que mais tarde vim a saber que esse "milagre" era obra dos meus pais; as grandes nevadas (antigamente não havia Natal sem neve); o sincelo agarrado aos ramos das árvores; a procura de musgo para contribuir para a feitura do Presépio da Igreja; as filhós estaladiças com o açúcar cristalizado das geadas; as couves tronchudas que ia buscar ao campo para serem cozidas e comidas com o bacalhau na ceia de Natal; a reunião familiar na noite de consoada; o jogo do rapa; o jogo do par ou pernão?; a missa do galo; o enorme cepo que ardia no largo da aldeia, e onde nos aquecíamos até altas horas da madrugada; o beijar o Menino Jesus na Missa de Natal; os leilões à saída da Igreja, obra das dádivas dos conterrâneos; o fato domingueiro obrigatório aos domingos; os lençóis frios que sentia ao deitar; o borralho quente e solidário nos dias de Inverno; o bafo quente dos animais quando de noite lhes chegava o feno ou a palha triga.
Sei lá ..., um conjunto de sensações e de vivências que me vêm à memória nesta época do ano.
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Avaliação Externa da Escola
A leitura e a escrita são relegadas para segundo ou terceiro planos.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Cerimónia
Hoje, mais uma reunião em Vila Real sobre assuntos relacionados com o Centro e não só.
sábado, 3 de novembro de 2007
A Confissão
A educação dada aos irmãos Manuel e Mário, pelos seus pais, não era demasiado cristã, mas cumpriam-se as regras básicas que um católico deve ter como baptizado e inserido na comunidade cristã.
Havia então nessa época primaveril a necessidade de as pessoas se prepararem para o dia de Páscoa. Como era costume, nas vésperas de Sexta-feira Santa, havia a Desobriga, a Confissão.
Na tarde de Quarta-feira Santa, o Mário e o Manuel lá saíram de casa em direcção à Igreja. Sentaram-se e prepararam-se espiritualmente para a confissão.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
O ranking das escolas
É sempre muito difícil avaliar esta ou aquela escola com base apenas nos resultados dos exames. Quem somos nós para o fazer, sem termos dados objectivos e concretos do que se faz em cada uma delas e sem termos a menor ideia do tipo de alunos que as frequentam?
Ferreirim
Como foi referido por muitos, agora só nos encontramos por razões de falecimentos ou no dia 1 de Novembro.
Apesar de tudo, gosto sempre de ir beber à fonte original.
sábado, 13 de outubro de 2007
A Vaca Moribunda
Depois de uma semana extenuante, com aulas, meto-me no Volkswagen - no "carocha" -, e lá vou eu a caminho de Coimbró, uma aldeia do concelho de Boticas, nos confins do mundo.
sábado, 6 de outubro de 2007
A Operação
Mais um livro
Leituras
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
O Brunheiro
domingo, 30 de setembro de 2007
As eleições no PSD
Ontem, quando abri o blog de Pacheco Pereira (clicar aqui), verifiquei que o símbolo do PSD estava de pernas para o ar.
Por vezes, quando não sabemos perder, ficamos de cabeça para baixo.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
A Estrela de Joana, de Paulo Pereira Cristóvão
domingo, 23 de setembro de 2007
Ida a Guimarães
As novas estradas ajudam-nos muito nestas andanças e araganças.
Sedielos
sábado, 15 de setembro de 2007
Ferreirim
Os vivos, já poucos conheço; os mortos, trazem-me recordações. Só a natureza se mantém inalterável.
Serra da Lapa
Soutosa
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Aquilino Ribeiro

terça-feira, 11 de setembro de 2007
O drible
domingo, 9 de setembro de 2007
Novo ano escolar
Transplante
sábado, 1 de setembro de 2007
Visita a Vilar de Perdizes
Visita a Vilar de Perdizes. Lá trouxe uns chás para ver se me ajudam a curar os males do corpo e do espírito.
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
O Gode
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Esta noite vi ...
Seres disformes cor-de-prata
Vi pássaros voando no ar térreo e empedernido
Vi cavalos pretos rindo-se de cavalos branco-esverdeados
Vi cataratas correndo sobre uma corda
Vi um espelho com o coração aos saltos
Vi cantar um relógio com pés de cabra
Vi um galo bebendo um whisky gelado
Vi uma mulher com os seios enormes e quadrados
Vi a Lua ardendo em chamas que pingavam água
Esta noite vi ...
Uma noite conversando comigo.
terça-feira, 14 de agosto de 2007
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Monte Gordo
A justiça (a investigação judicial), por vezes, erra, mas há que continuar a acreditar nas investigações e no desfecho final.
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Monte Gordo
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Monte Gordo
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Coimbra
Encontro com um colega dos tempos da Faculdade.
É sempre bom vir a Coimbra, estar com os familiares e recordar tempos de estudante.
"O mundo pula e avança" como diz António Gedeão.
sábado, 28 de julho de 2007
Férias
domingo, 22 de julho de 2007
Sines, antes e depois

das águas cresce a obra do homem, ouve-se um lento grito d'espuma e suor
na memória ficam os sinais dos bosques ceifados, as dunas desfeitas e algumas casas abandonadas
estenderam-se tubos prateados, onde escorre o negro líquido
lavantaram-se imensas chaminés, serpenteiam auto-estradas na paisagem irreconhecível do teu rosto
onde estão as tâmaras maduras de tuas palmeiras?
e o perfume intenso das flores debruçando-se ao sol?
que murmúrio terão as pedras do teu silêncio?
a memória é hoje uma ferida onde lateja a Pedra do Homem, hirta como uma sombra num sonho
e as aves? frágeis quando aperta a tempestade... migraram como eu?
aonde caminhas, Doce Moura Encantada?
ouço o ciciar dos canaviais dentro do sono, adivinho teu caminhar de beijos no rumor das águas
tuas mãos de neve recolhem conchas, estrelas secretas, luas incendiadas... que o mar esconde na respiração das marés
estremecem-me nas mãos os insectos cortantes do medo, em meu peito doído ergue-se esta raiva dos mares-de-leva"
In Degredo do Sul de Al Berto, da Assírio & Alvim
sábado, 21 de julho de 2007
O Tó Zé
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Indignação e revolta
domingo, 15 de julho de 2007
Entrevista de José Saramago ao DN
(In Diário de notícias, de 15 de Julho de 2007).
Desde a escola primária que sempre me ficou na memória a batalha de Aljubarrota, a governação dos Filipes, o Conde Andeiro, o traidor Miguel de Vasconcelos e outros.
Ida inesperada a Ferreirim
A vida é efémera, como efémero foi o encontro com amigos e familiares que já não via há muitos e muitos anos.
sábado, 14 de julho de 2007
"Foi assim"
domingo, 8 de julho de 2007
"Foi assim"
Leio também Máscaras de Salazar de Fernando Dacosta.
Dois mundos completamente antagónicos, mas que se tocam em muitos aspectos.
sábado, 7 de julho de 2007
domingo, 1 de julho de 2007
A UE
sábado, 30 de junho de 2007
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Leituras
terça-feira, 26 de junho de 2007
Morte no Líbano
Se é importante morrer pela nossa Pátria, mais importante é morrer pela Pátria dos outros.
domingo, 24 de junho de 2007
Espaço Miguel Torga

sábado, 23 de junho de 2007
Fábricas da morte
Ainda a repetição dos exames de Física e de Química em 2006
A Sr.ª Ministra da Educação diz que não se arrepende do que fez e que voltava a tomar a mesma decisão. É possível que tenha alguma razão, mas não tomaria essa decisão, se, no decorrer do ano lectivo, fossem dados a conhecer o modelo das provas e os critérios de correcção, para que os docentes e alunos se pudessem preparar, de modo a evitar a grande percentagem de reprovações e consequente situação de desigualdade criada aos alunos que optaram apenas pela 2.ª fase.
domingo, 10 de junho de 2007
Visita ao santuário de Panóias
quinta-feira, 7 de junho de 2007
Mahatma Gandhi

domingo, 3 de junho de 2007
Os pequenos ditadores
(Javier Urra, psicólogo, em entrevista à revista Única de 26/5/07).
Histórias de duas mulheres
sábado, 26 de maio de 2007
A participação dos pais na gestão das escolas
Introdução
Ao falarmos, hoje, no novo modelo de gestão das escolas não podemos deixar de falar também no papel que os pais e encarregados de educação podem ter na elaboração do projecto educativo e, por conseguinte, na própria gestão escolar, juntamente com os restantes intervenientes no processo educativo. Hoje, questionamo-nos se a intervenção dos pais nas escolas é ou não útil; interrogamo-nos do motivo da ida dos pais à escola apenas no fim dos períodos lectivos; interrogamo-nos acerca da diversidade cultural dos pais, criando eles próprios estratos sociais que se revelam no sucesso/insucesso dos seus educandos; interrogamo-nos acerca das dificuldades de carácter laboral que os pais sentem quando querem acompanhar os seus filhos e ir à escola. Reflectir sobre este assunto parece-nos de grande importância nos tempos de hoje.
1. Enquadramento legal
Este tema tem enquadramento legal como veremos seguidamente.
Assim, a Declaração Universal dos Direitos do Homem refere que:
a. Toda a pessoa tem direito à educação.
b. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos.
A Declaração Internacional dos Direitos da Criança estabelece: “O melhor para o interesse da criança será o princípio orientador para os responsáveis pela sua orientação e educação. Esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar aos pais”.
A nossa Constituição considera que “Os pais têm o direito e o dever de educação e manutenção dos filhos” (Art.º 36., n.º 5).
O Art.º 67.º da lei fundamental refere no seu n.º 1: “A família, como elemento fundamental da sociedade, tem direito à protecção da sociedade e do Estado e à efectivação de todas as condições que permitam a realização pessoal dos seus membros”.
O n.º 2, c) do mesmo Art.º enuncia que “ [Incumbe ao Estado] cooperar com os pais na educação dos filhos.”
Perante estes normativos verificamos que a colaboração entre os pais e professores é fundamental na educação dos nossos alunos, e que a legislação defende esse direito.
Veremos seguidamente de que modo os pais podem participar na gestão de acordo com o novo modelo de gestão.
A LBSE no artigo n.º 43.º n.º 2 diz-nos que “ o sistema educativo deve ser dotado de estruturas administrativas de âmbito nacional, regional autónomo, regional e local, que assegurem a sua interligação com a comunidade mediante adequados graus de participação dos professores, dos alunos, das famílias, das autarquias, de entidades representativas das actividades sociais, económicas e culturais e ainda de instituições de carácter científico”. E no ponto 2, do artigo 45.º, refere-se ainda que”... a administração e gestão orientam-se por princípios de democraticidade e de participação de todos os implicados no processo educativo ...”.
O novo modelo vem, quanto a nós, reforçar o papel que os pais podem ter na gestão dos estabelecimentos de ensino não superior. Os pais e encarregados de educação podem também ter os seus representantes na assembleia eleitoral que irá eleger os membros do conselho executivo. Têm também a sua representação no conselho pedagógico como órgão de coordenação e orientação educativa da escola, nomeadamente nos domínios pedagógico-didáctico, da orientação dos alunos (art.º 24º do D-L 115-A/98). É importante a referência à “responsabilidade partilhada por toda a comunidade educativa, na valorização dos diversos intervenientes no processo educativo, designadamente professores, pais, estudantes, pessoal não docente e representantes do poder local”. A participação dos pais está garantida nos diversos órgãos, excepto no Conselho Executivo.
Assim, os pais e encarregados de educação podem ter um representante nos conselhos de turma. Há ainda o contributo que os pais podem dar às escolas na elaboração do projecto educativo, do regulamento interno e do plano de actividades. Têm também uma importância enorme (a título individual) na sua relação com os directores de turma, como, aliás, já acontecia nos anteriores modelos de gestão, e o direito que as associações de pais têm para reunir com os órgãos de administração e gestão dos estabelecimentos de educação ou de ensino para acompanhar a sua participação nas actividades da escola, sempre que o julguem necessário.
Segundo o Art.º 12.º do Dec-Lei n.º 6/2001, de 18 de Junho “A escola deve assegurar a participação dos alunos e dos pais e encarregados de educação no processo de avaliação das aprendizagens, em condições a estabelecer no respectivo regulamento interno”.
A legislação mais recente refere que os órgãos de gestão devem assegurar a divulgação dos critérios de avaliação aos encarregados de educação. Indica o papel que os pais e encarregados de educação têm na avaliação formativa e sumativa dos seus educandos e os poderes que têm na revisão das deliberações do conselho de turma.
O Dec.Lei 1/2005, de 5 de Janeiro, afirma que os encarregados de educação intervêm no processo de avaliação dos seus educandos.
O Estatuto do Aluno do Ensino não Superior (Lei n.º 30/2002, de 20 de Dezembro) no seu art.º 6.º, n.º 1 nos diz que “aos pais e encarregados de educação incumbe, (…), uma especial responsabilidade, inerente ao seu poder-dever de dirigirem a educação dos seus filhos e educandos, no interesse destes, e de promoverem activamente o desenvolvimento físico, intelectual e moral dos mesmos”. De entre alguns deveres salientaríamos a articulação entre a educação na família e o ensino escolar; que as famílias devem contribuir para a criação e execução do projecto educativo e do regulamento interno da escola; que devem cooperar com os professores; contribuir para o correcto apuramento dos factos em processo disciplinar; etc.
Focariamos por último o Dec.- Lei n.º 372/90, de 27 de Novembro, que constitui um dos avanços mais significativos de interesse para os pais e encarregados de educação.
2. Autonomia e participação
Para Machado, autonomia significa, em sentido genérico, o poder de se autodeterminar, de auto-regular os próprios interesses – ou o poder de se dar a própria norma opondo-se, assim, a “heteronomia”, que traduz a ideia de subordinação a normas dadas (e impostas) por outrem (1982: 8)[1]. Isto significa que as escolas, não podendo gozar de plena autonomia, gozarão de competências importantes no plano pedagógico e científico, o que implica um certo grau de autonomia nos domínios administrativo e financeiro.
Relativamente ao conceito de participação Santos Guerra (2002:78) ensina-nos que a palavra vem do verbo latino participare que significa tomar parte. E os pais e encarregados de educação devem tomar parte na educação dos seus filhos. Para isso é necessário tomar parte na gestão das escolas. No fundo pais e escolas devem ser parceiros relativamente ao processo de socialização dos alunos. O conceito de participação anda assim associado ao de democracia. Não se pode deixar de ter em consideração os princípios jurídico-políticos que constam da legislação fundamental no estudo da participação duma organização de uma escola. É através desses princípios que se exerce a autonomia nas escolas, referida no Dec.- Lei n.º 43/89, de 3 de Fevereiro: autonomia cultural; autonomia pedagógica; administrativa e financeira.
É através do projecto educativo que se exerce a autonomia nas escolas, e a participação surge como condição fundamental para a definição e desenvolvimento dessa autonomia.
3. A participação dos pais no processo educativo
É importantíssima a participação dos pais nas três grandes fases desse processo: concepção, execução e avaliação.
No entanto, verificamos que não é fácil desenvolver nas escolas uma cultura de participação como refere João Barroso (1995:29).
Hoje, relativamente a este assunto, constatamos que:
- a legislação actual permite que a participação dos pais no novo modelo de gestão seja cada vez maior e de grande relevo no processo educativo;
- aos pais deparam-se-lhes muitos obstáculos em todo este processo: uns, têm a ver com a falta de conhecimentos que grande parte dos pais tem nesta matéria; outros, provenientes da incompatibilidade de horários que há entre os empregos e as escolas e da falta de tempo que os pais têm para com os seus filhos. E isso reflecte-se na escola;
- como afirmam dois autores italianos Franco Ghilardi e Carlo Spallarossa (1989: 75), “não subsiste o perigo de que a colaboração dos pais se transforme em invasão e em motivo de perturbação da actividade didáctica normal? Certamente, como em cada actividade que prevê a colaboração entre pessoas diversas, existem perigos de distorção e de interpretações erradas da própria função. Mas o maior perigo é talvez precisamente o contrário, o de uma comunidade que fala muito da escola, mas que faz pouco para sustentá-la”;
- pensamos que o novo modelo de gestão garante mais direitos aos pais. Mas esses direitos implicam também deveres e muita responsabilidade, sem os quais os objectivos mais promissores não serão alcançados. Com estes mecanismos legais e com associações de pais capazes e actuantes que desenvolvam na escola “uma cultura de colaboração e de participação entre todos os que asseguram o funcionamento da escola”, como afirma João Barroso (1995: 29).
- é fundamental que haja delegados de pais de turma e que se interessem pelos problemas dessa mesma turma;
- de constatar que no ensino secundário muitos dos alunos já são encarregados de educação de si próprios o que afasta em grande parte os pais da escola, interessando-se apenas pelas médias que os filhos devem ter para ingressar no ensino superior.
Vivemos hoje uma crise de valores que se repercute na escola e na educação dos nossos jovens, onde há uma dependência muito forte em relação às actividades lúdicas, como sejam os jogos de computadores, a Internet e a televisão. Os pais, muitas vezes fora de casa, não acompanham o crescimento dos seus filhos e não passam o tempo suficiente com eles. Por isso é fundamental, é urgente que os pais partilhem com os diversos agentes educativos algum poder que a escola lhes oferece, no sentido de termos cada vez mais uma educação que contribua para o desenvolvimento do nosso país. Ensina-nos Mayo, I. C. (1996: 370), que há três condições básicas para assegurar uma boa participação: poder participar, saber participar e querer participar. E isso não está a acontecer nas nossas escolas.
Sobre este tema é elucidativo um texto de Santos Guerra (2002:76) que afirma que “não são muitos os pais e as mães que se associam, faltam perspectivas democráticas na participação (predomina a preocupação pelo filho ou pela filha face aos interesses gerais da instituição), continua-se a participar em questões acidentais (…), deixando à margem as mais importantes”. Diz-nos ainda o mesmo autor que falar de participação na escola é falar de democracia e a participação supõe que o poder deva ser partilhado.
A experiência revela-nos cada vez mais a importância dos pais na gestão escolar. Mas é também fundamental que os pais contribuam em casa para a educação dos seus filhos.
Conclusão
Pensamos que a educação, desde o 25 de Abril, ainda não se encontrou consigo mesma. Os professores e os pais vivem tempos difíceis. Trabalhamos em estabelecimentos onde impera algum laxismo. Aos alunos, no seio familiar, não lhes são incutidos valores de trabalho, de alguma disciplina, de respeito. A escola é um espelho desse ambiente, onde cada vez mais é difícil ensinar e aprender, e onde impera algum facilitismo. Só com trabalho, esforço, disciplina e gosto pelo sucesso é possível melhorar a educação nos nossos estabelecimentos de ensino. Só nesta perspectiva compreendemos a colaboração e a participação dos pais nos órgãos de gestão das escolas.
Bibliografia
BARROSO, João (1995). Para o desenvolvimento de uma cultura de participação na escola. Instituto de Inovação Educacional. Editorial do M. da Educação.
BRITO, C. (1994). Gestão Escolar Participada. Lisboa: Texto Editora.
COSTA, J. A.(1992). Gestão Escolar – participação – autonomia – projecto educativo. Lisboa: Texto Editora.
CUNHA, Adérito.(2004). Reforma do Ensino Secundário. Porto: Edições ASA.
GHILARDI, Franco e SPALLAROSSA, Carlo. (1989). Guia Para A Organização da Escola. Rio Tinto: Edições ASA.
GUERRA, M. A. Santos. (2002). Os desafios da participação. Desenvolver a democracia na escola. Porto: Porto Editora.
MAYO, I. C. (1996). Manual de Organización de Centros Educativos. Barcelona: Edición Oikos-Tau.
TRIPA, M. R. P. (1994) O Novo Modelo de Gestão. Rio Tinto: Edições ASA.
[1] Citado por COSTA, J. A., Gestão Escolar, Texto Editora
sábado, 19 de maio de 2007
Lançamento de mais um livro
O último João Semana
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Mais um fim-de-semana
já se vão apontando alguns dos potenciais candidatos à Câmara Municipal de Lisboa; as buscas no Algarve, relacionadas com o rapto da pequena Madeleine, continuam; a visita de Bento XVI ao Brasil a coincidir com a peregrinação a Fátima; uma entrevista de Eduardo Lourenço na Pública, Retrato do pensador errante; e muitas outras notícias a nível nacional e internacional. Em Chaves, lançamento de mais um livro, desta vez da autoria da Dr.ª Maria Aline Ferreira, Dr. Armando Morais Sarmento, O último João Semana. De vez em quando somos bafejados com surpresas deste tipo, e que muito nos agradam. A Câmara Municipal de Chaves tem apoiado muitos escritores no lançamento das suas obras - honra lhe seja feita.